Ara ararauna, Linnaeus, 1758

 

Da família psittacidae, a ara ararauna é uma das mais conhecidas do gênero Ara, sendo uma das espécies emblemáticas do cerrado brasileiro e importante para muitas comunidades indígenas. É a espécie de arara mais comum em Brasília, também conhecida como arara-de-barriga-amarela, arari, arara-amarela, arara-azul-e-amarela, araraí e canindé. Sua plumagem apresenta basicamente duas cores, o azul na parte superior e o amarelo na região ventral. Pode atingir 80 cm de comprimento e pesar cerca de 1,3 kg. Come coquinhos, frutos e sementes. Vive em média 80 anos e seus predadores naturais são o Gavião-real e primatas de médio porte. Tucanos também podem comer seus ovos.

 

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Foto: Humberto Lima

 

Voa aos pares (geralmente casal) ou de três indivíduos (casal e filhote), mas fazem parte de bandos maiores, com até 30 indivíduos, que se abrigam para dormir em poleiros coletivos, usando grandes deslocamentos diários, indo do ponto de alimentação até o ponto de descanso e pernoite.

 

Fazem ninhos no oco de árvores, preferindo palmeiras mortas. Na época da reprodução, costumam se separar do grupo. São postos em média dois ovos, no fim da primavera, que são chocados por cerca de 24 a 26 dias. Os filhotes ficam no ninho por cerca de 90 dias e, nesse período são alimentados pelos pais, que regurgitam a comida.

 

Não está em condição de ameaça imediata, mas sua população vem declinado diante da destruição do meio ambiente e do tráfico, sendo procurada em todo o mundo como animal de estimação por sua docilidade em cativeiro (conseguem imitar a voz humana com facilidade) e grande beleza.

 

Uma vez que formam casal, não mais se separam. Nidificam a cada dois anos entre agosto e janeiro, em buracos que escavam nos troncos de árvores e palmeiras. A serragem resultante se acumula no fundo e serve para secar as fezes e acolchoar os ovos, em geral dois, podendo chegar a cinco. A fêmea choca por 25 dias. O macho alimenta a fêmea durante este período e protege o ninho de invasores. Os filhotes nascem implumes, cegos e indefesos, e são alimentados por ambos os pais com frutas e sementes regurgitadas, permanecendo no ninho por três meses. Mesmo depois de aprenderem a voar, as crias permanecem com os pais por até um ano e atingem a maturidade sexual somente depois de três ou quatro anos.

 

O tráfico fez com que em alguns locais fosse extinta, como em Trinidad e Tobago, Santa Catarina, Paraguai e Bolívia, ou quase extinta, como em São Paulo. Na área do cerrado, atualmente o bioma mais ameaçado da América do Sul, onde outrora abundava, já é considerada em perigo.

 

Os impactos no meio ambiente são imensuráveis, considerando que a canindé participa da dispersão de sementes e que os caçadores clandestinos muitas vezes derrubam as árvores com os ninhos para chegar aos filhotes, prejudicando a reprodução de diversas espécies de aves que utilizam o mesmo ninho em épocas reprodutivas diferentes.

 

Por Luana de Aguiar Paes

 

REFERÊNCIAS

  1. https://www.biodiversity4all.org/taxa/19018-Ara-ararauna
  2. https://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/aves/arara-caninde_ara_ararauna.html